terça-feira, setembro 27, 2005
Lágrimas de Cosme & Damião
Pela 1a vez em anos não ganhei nenhum saquinho de Cosme e Damião. Também não vi crianças nas ruas nem mães melequentas carregando a prole pra disputar a tapa, os doces. Vai ver, a chuva...
Engraçado que na minha época não tinha isso. Tudo começava praticamente 10 dias antes, casa da avó servia como quartel general, onde toda estratégia de ação era traçada. E pegávamos cartões, desenhávamos mapas e decidíamos por onde começar - lógico que nunca dava muito certo. Mas era legal a disputa pelos saquinhos, os bolos das macumbeiras e o banho de refrigerante de alguma dona que perdia a paciência com a gurizada.
Mas aí sou interrompida do meu devaneio pra escutar uma criatura dizer que jogou mais de 10 (DEZ!) saquinhos que ganhou no trabalho, no lixo.
"Amarrei bem todos dentro de uma sacola, amarrei bem e enfiei num latão, pra ninguém ver" - disse orgulhosa.
Confesso que fiquei chocada, não com a atitude em si, porque já tô acostumada com coisa pior, mas com o orgulho da ação e da forma de contar, como se tivesse feito um bem tremendo a humanidade.
E aí tem horas a expressão fala mais alto do que se tivesse gritado:
"Porra! Por que não deu pra molecada de rua?" ou... "Por que nao trouxe pra mim?! ;-P"
Bom, ao menos ao q parece, se tudo for como este ano, no ano que vem tenho uns 10 saquinhos garantidos. Só espero que Cosme e Damião não mandem tanta chuva.
