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sábado, novembro 27, 2004

Quando a gente não tem mais nada, rouba descaradamente dos outros e coloca aqui. Simplesmente porque esse texto é f*** e eu tô sentindo vestígios dele desde otem quando li, até agora.


24.11.04

Tinha encontrado o amor da sua vida e agora tinha certeza disso. Afinal, já no primeiro encontro já estava apaixonado por ela. Mas também já a odiava. Além de beijos calorosos e abraços apertados, também já tinham discutido por causa de música, times e o incrível medo dela de não andar de escada rolante. E pra ela tinha sido a mesma coisa, apesar de tê-lo achado tremendamente impertinente quando ele resolveu falar do ódio que tinha de gatos. Onde já se viu odiar gatos?

Como bons amores respectivos das próprias vidas, brigavam o tempo inteiro, mas nunca a ponto de quererem desmanchar aquilo que era mágico. Pelo menos até o dia em que ele apareceu em casa com um presente pra ela: um vestido vermelho. Poxa, estavam há tanto tempo juntos e ele ainda não sabia que ela odiava vermelho? Essa magoou-a profundamente, mas, pela primeira vez, ela resolveu não brigar com ele, aceitando o presente disfarçando o constrangimento.

No mês seguinte, foi a vez dela aprontar um jantar-surpresa pra ele: um cuzcuz maravilhoso, receita de família. E ele percebeu que tinha sido especial pra ela, mas ao mesmo tempo não pode conter um sentimento de indignação: poxa, estavam há tanto tempo juntos e ela ainda não sabia que ela odiava cuzcuz? Ficou bem magoado, mas não quis brigar porque sabia que tinha sido com boas intenções.

E os eventos foram se sucedendo e a mágica dos dois começou a se perder em uma penumbra onde ninguém sabia mais o que o outro gostava. Eles ficavam juntinhos, mas quando um queria comer pipoca no parque, o outro queria algodão-doce no cinema. E vice-versa. Só que um não queria brigar com o outro por bobagem, porque sabiam que seria besteira discutir com o amor da vida por causa dessas coisas.

No fim, a gota d'água. Um almoço na casa da mãe dela, justamente no dia do churrasco sagrado anual dos colegas de faculdade dele. E ao contrário do que costumava ocorrer, ela adorava esses churrascos e ele adorava a mãe dela. Mas justo naquele dia??? Sem discutir, acharam melhor cada um ir no respectivo evento. E nunca mais se encontraram de volta.

Por Nishi.



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