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sábado, agosto 21, 2004

Tem um texto do Nelson Rodrigues, que fala sobre o filme Terra em transe. Ele conta que não gostou de nada do filme, exceto com uma cena que o deixou maravilhado: a hora que dão a palavra ao Povo e este faz uma pausa ensurdecedora, como ele mesmo define.

Foi daí que surgiu a brilhante frase: "O Povo é débil mental. Eu e o filme dizemos isso sem nenhuma crueldade. Foi assim e será assim, eternamente. O Povo pare os gênios e só. Depois disso, volta a babar na gravata. "

Mas porque eu tô dizendo isso? Simples: lembrei desse fato assistindo ao Horário Eleitoral Gratuito. Nesse circo dos horrores qualquer um pode se candidatar, da colega de classe do meu primo de 18 anos que fala "aXiM" ao médico picareta e o cara da padaria da esquina. Ensebados, desdentados, patys, analfabetos ou não. Ou seja: como eles mesmos se definem, "o povo". E aí o resto serve para elegê-los e voltar a babar na gravata.



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