sábado, dezembro 29, 2001
Odeio filas. Principalmente quando tô sem walkman. Odeio gente que fica conversando em filas como se estivesse no botequim da esquina. Odeio mais ainda quando quando tentam puxar assunto comigo ou então quando fazem algum comentário como num monólogo e olham pra gente a procura de aprovação pelo que disseram. Adoro o meu walkman e hoje mais do que nunca senti sua falta. Logo a minha frente (como não poderia deixar de ser) um trio conversava a respeito de filhos -mal se "conheceram", já abriram a vida pra loja inteira. Juro que procurei abstrair, mas em dado momento foi impossível (me senti a próprioa versão feminina de Woody Allen em "Noivo neurótico, noiva nervosa" na cena da fila do cinema). Uma senhora falava a respeito do filho: "Anos 70 era fogo! Havia muita droga, tudo era novidade. Meu filho começou a usar drogas aos 15 -dos 15 aos 20. E Morreu. Graças a Deus!". Detalhe: a coroa RIA!!! E o pior: os outros dois ainda tentaram aprofundar o assunto como se fosse a coisa mais legal do mundo!! Definitivamente: andar sem walkman ou livro ou revista ou qualquer outra coisa que desvie a atenção é prejudicial à saúde; SER só é prejudicial à saúde dos outros.